sábado, 20 de fevereiro de 2016

The ÜberUte that could have been


Bom, é capaz de já ser tempo de começar a arrumar um pouco melhor a casa. Sim, "camaleão", já sabemos, tudo bem. Mas como as metamorfoses não se equivalem, nem a mudança é um valor em si mesmo, pela minha parte, acima de todas, sói estar o fogacho brechtiano deste exasperantemente breve (talvez por isso imaculado, coisa estranha até ao seu património mais historicamente "importante") EP (até na capa nunca esteve com melhor aspecto, à homenzinho), simultaneamente uma espécie de canto do cisne e de ápice de carreira (até nisso, um move irrepreensível), e obviamente peça virtualmente desaparecida da sua discografia, naquela gestão criminosa do historial de tipos estupidamente prolíficos entalados pelo apelo de massas (qualquer coisa vagamente aproximável a o melhor Dylan de certas décadas ter ficado refundido em arquivos e respectivos bootlegs, cuja reabilitação oficial, não por acaso, se tornou a partir de dada altura o seu filão discográfico por excelência). Vamos ver quanto tempo se terá de continuar a esperar para ter uma reedição (nem um cd ranhoso para amostra) do Baal nas mãos, que não o vinil com que me deparei e açambarquei sofregamente (as lojas de vinil são uma selva darwiniana) em Dezembro passado (por que olhais para mim assim, ominosos?... Que vício metafísico). 
Cantem-se, em querendo, todas as loas aos afãs proteanos, com certeza; mas eu cá, se o apanhasse a jeito nesta paragem, furava-lhe alegremente os pneus, atirava à socapa os malões com as fatiotas camaleónicas para o riacho (gender-bending sem a bilha a jogo é pra bananas), prendava-o com uma Pilsner refrescante e um monte de feno recheado de teutónic@s roliç@s (em jeito de pepitas de chocolate (branco)), e persuadia-o, emulando aquela velha nonchalance germânica, a deixar-se ficar por estas cercanias pelos tempos vindouros. 

Aproveite-se, de boleia, para esclarecer que o Heroes é das canções mais sobrevalorizadas de sempre. É um bocado lamentável indexar preguiçosamente a posteridade do moço (chamar velho a alguém com o nome Bowie soa curiosamente a oxímoro, for some reason) a coisas dessas com outras tão melhores por onde escolher. Um pouco mais de esforço, vá. Eu ajudo:



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