sexta-feira, 7 de abril de 2006

Two sides to each teaser (fora de prazo - só agora se me lembrou, e porque não?!, ahhh chatear a prima...)

Uma noite, parando o carro no semáforo traiçoeiro da Praça de Espanha (Lisboa), passado poucos segundos ressinto violentamente o estrondo de um carro que colide com a traseira do dito que eu conduzia. Passados os segundos de me recompôr do susto imprevisto (nem um chiar de travões anunciou o embate) e averiguar da integridade de quem me acompanhava no lugar ingrato, reparo que a condutora do carro atrás não saíra do mesmo e o dito se tinha deslocado uns metros para trás - pelos dados referidos, iria certamente tão distraída que nem reparou na viatura parada à frente. A confirmar tal pressuposição, ao dirigir-me para a viatura perpetradora, começo a deparar-me através do filtro fusco do pára-brisas com uma senhora muito composta com esgar aterrorizado agarrada ao peito. Lentamente, acalmando-a, me aproximei, abri a porta e inquiri, francamente inquieto, da sua condição. Afligiam-na dores no peito, derivadas do puxão do cinto de segurança mas também do próprio susto do impacto que manifestamente ela não antecipou, indiciado pelo seu estado de pânico. Enquanto a acalmávamos, o que estava de facto a ter o efeito de minimizar as suas queixas, acautelávamos a necessidade de chamar uma ambulância, to be on the safe side, ao que quem me acompanhava se lembrou de perguntar se ela teria algum seguro de saúde para averiguar do seu leque de opções de cuidados para lá do ir para a urgência do hospital mais próximo. Ao que a senhora, ainda profundamente abalada, inquieta e dorida, responde automaticamente: «ah sim, ir às urgências não, não».
Quem é da Linha também há-de ser sempre da Linha?...

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