sexta-feira, 1 de junho de 2007

When I Go (...)

Não a canção em bruto, mas a canção nascitura já em cinzas. A guitarra tangida não pela vontade do pulso mas pela queda em peso morto da mão sem músculo que resista. Um épico exaurido em três acordes só para se dizer falhado. O oxigénio sugado do espaço já sem reverberação, sem escape, sem as asas falsas de um estribilho. A voz que não se presta já à teatralidade de suster a nota. A música em falência, que já nem quer tentar, a dor sem arte, sem transcendência ou redenção. O som cru, ressequido, do corpo encarquilhado, preservado numa eternidade artificial emanada de um pesadelo de drones infindo. Bem parecia que há muito não era pela música que ainda insistia em ouvir. Amanhã is as good a day as any to keep letting go.