segunda-feira, 31 de julho de 2006

Oh, I'll say it again: "just call me mr. pitiful"

Arduamente dirigindo-me a Sines para presumivelmente usufruir dos 3 dias de concebivelmente férias que um corpo-dolente-profissional-não-dignamente-subsistente se pode outorgar, ao chegar procuro poiso para repousar (mal e porcamente, virtudes orçamentais) as ossadas das estouvadas caminhadas que as episódicas sacudidelas fora do casulo incitam quase em contra-reacção, mais uma vez em incompatibilidade com a devida planificação e estabilidade.
No último telefonema de cabine in loco da investigação por leito e latrina (primazia para a segunda), um velhote renitente finalmente afirma ter um quarto disponível, «mas onde é que você está? Está em Sines? Já vem a caminho (só depois percebi que era em Porto Covo - o previdente ataca outra vez...)? Mas demora quanto? Mas afinal quer que o guarde ou não? Está bem, mas despache-se, qu'isto...». Preço minimamente aceitável para condições de pensão-casa-familiar. Vamos a isso.
Chegado com o desembaraço aceitável, o cavalheiro lá mostra quarto, sim senhor, serve, não sou esquisito.
De repente, estaca e mira-me nos olhos com seriedade antecipada de suspeição, meio descrente: «Mas...não trouxe a mulher?... É sozinho?». «Sim, sou». Meneia a cabela ligeiramente, como quem se depara com um desconcerto às expectativas incorporadas, e solta então complacente «ah, então paga menos... não quero enganá-lo... se é sozinho...».
Nunca me tinha propriamente sucedido (embora lhe suspeite razoabilidade social) encontrar expressões de dó pelo celibato aparentemente não voluntário, mas compensações financeiras, essa é nova.
Curioso como as reminiscências (e os actos correspondentes) de uma configuração pré-figurada de presunção dos seres e suas formas de acção num mundo cerzido de relações podem configurar um efeito perverso nos incumprimentos à regra que lamentam: tenho muita pena, mas se o quadro de solteirão inusitado me poupar cinco euros na renda, temo bem que a solidão organizada me cimente tal contingente condição na expectativa de um outro futuro promissor, na carteira.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

O Discurso do Método e As Paixões da Alma reunidos num só volume! - (or striving for a metaphor)

Death 'n company

«Ele deixou escapar uma exclamação confusa, ruborizou-se de alto a baixo, sacudiu-me a mão com toda a força… - e no segundo imediato, já sozinho na câmara do navio, fiquei a ouvi-lo subir a escada da escotilha, cuidadosamente, degrau atrás de degrau, com um medo mortal de suscitar a ira brusca do nosso comum adversário, que era amarga sina sua trazer, com plena consciência disso, dentro do peito vulnerável
(Conrad, «A Linha de Sombra»)

O saber é constitutivo da sina. Nomeia a sentença e impregna do seu presságio e piedoso reconhecimento, agora escancarado no tempo, o tecido das acções e relações que incorporavam ao escoar descomprometido do que as carnes sentiam poder dispensar do rubro fluido.
Os adquiridos colectivos recobrem tanto as externalidades que estilhaçam em cada corpo... Não é questão, que raio, sopesar tanto persistir ancorado; é tão somente um corpo não mais poder morrer a vida em paz, apenas maré de possibilidades, e apiedar na quietude um quasi-fútil cerco, sem nunca barrar de tanta lâmina o alcance... Alimentar o albatroz para cuidar da certeza do seu poiso, e os olhos devirem servidores absolutos dos gestos que o cumpram. Estagnados, absurda esquiva afinal cumprindo destino antecipado.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Olhando ou ressentindo o entretém de um bocejo

Não há muitos sinónimos para sofrer. O verbo pode conjugar um lago quase sem fundo mas impõe limitações à vitalidade de Heraclito.
Até por aí, o estertor é cansativo para o mundo.

À sua escala e ambição

...but an ass-print is.

As if (not as such)

Aos 10 meses de existência, este blogue atingiu as 6375 visitas (cerca de 16 111 page views, das quais cerca de 16100 minhas - humm...), apesar de os textos terem sido acima de tudo patéticos e às vezes francamente uma merda. Obrigado pela piedade.

Por razões diversas, a coisa ameaça arrastar-se até Setembro (esperançadamente talvez só até Setembro)

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Home improvements (in those dark days)

«De discos assim se pode facilmente dizer que é incipiente, diletante, inconsistente, mera recolecção de esquissos inacabados de um trejeito melódico que alguém trauteou ao ressentir a sombra assoberbante de um plátano na prazenteira decadência de vogar em malaise urbana, ou, ao inverso, ao contemplar a fímbria de luz que entre dois prédios agracia por 5 minutos ao dia no Inverno quando se dispõe solarengo a sardinheira dependurada pelo olvido dos gestos na esquina do aparador na sala, e que achou que seria boa ideia guardar no gravador caseiro para esgravatar inspiração passada em dias de aridez anímica. Ah, pequeno pormenor, o estuporado dilentante que soprou como quem não quer a coisa estes débeis apontamentos de canção, e para não desperdiçar a limitada vitalidade das nossas cordas vocais teve o desplante de deixar que os ornassem com guitarrita aqui para a febre orgão acolá para a imersão trompete no entretanto para a evocação e sim até batidas à papo-seco incluídas no pacote do estúdio, e já agora os editassem em CD e, porque não?, com umas fotos de plantas em vasos no livrete, porque de facto who are we kidding? isto é tudo muito chapadinho lá de casa, é Stuart (com licença, A.) Staples, em primeiro registo a solo, em pausa (hopefully) de Tindersticks (a desmemória ou ignorância da derme sempre precariamente cicatrizada exige mesmo que se mencione os Tindersticks? Claro que não. A anti-séptica derme ao raio qu’a parta. Nós sim, exigimo-lo, o que é diferente, e é questão). Ah, pois, faltava isso. E percebe-se melhor o “estuporado”, não? Pois, é que há uns pulhas impenitentes a sobreviver ao desalmado calendário da previsão, que apenas por acasos da fortuna não permaneceram sempre guardados na caixa dos segredos de umas quantas almas, e que mesmo na insuportável e descarada lei do menor esforço, para os suados proletários de um verso, porra, um só, que comova sacos lacrimais alheios, num espreguiçar melódico, numa frase repetida como imperceptível ostinato a somar-se aos ainda ignotos dias que virão, na limpidez que a poeira da mal-tratada faringe e o tartamudear da vizinhança com o mezcal paradoxalmente imprimem ao vibrato, e no timbre de cetim puído dos corpos e copos que sorveu sem nódoa volvidos tacto e textura, enleiam o espaço de uma divisão e a congregam para cingir o corpo do acalento ao amargor que se recorda das noites feridas no exterior. Não é daí que vem em primeira instância o lucky dog, mas não é nada inverosímil.Este disco não se quer defendido.
Este disco é alheio a méritos, deméritos, elogios e detractores. Este disco boceja indiferente na cara de correntes, classificações, híbridos compósitos de lhe achar um lugar para o descartar do mundo e arrumar na prateleira. Este disco não se quer dissecado faixa a faixa, ó aquela é Tindersticks em desencabrestamento a armar ao pingarelho em apagados dedilhares de sax e guitarra, se a frase que o antecipou não nos estivesse ainda a marcar a pulsação; ó e aquela é aquela soul branca low-fi com excrescência de intermezzo, a não assumir e subsumir a elipse na repetição incansável em desenvoltura hínica sotto voce nos metais, que nos acolha ao sonho a preto e branco; ó ó e aquele truque da hesitação no retomar do harpejo de piano como filho pródigo tresmalhado que retoma a medo memorial e dedos vacilantes as teclas do piano da infância sepultado no pó dos sotãos nevermind o facto de ser das declinações mais simples e estupidamente (porque simples) belas da debilidade humana que há muito se não imprimiam num rodela de música; eh pá, e não é que continua a ornar os murmúrios com farripas de piano, e o desamparo devém sempre renovado... Oh santa paciência, que ele não quer ofício! Este disco está-se impudicamente a borrifar, não se quer avaliado, não se quer dito, não se quer falado. Apenas quer-se.Não sei se me faço entender. Mas também, logicamente, nos termos da estrita partilha epidérmica deste entendimento, I just don’t care

Dead End

Quando fenecer é a única forma de provar um ponto de vista.

sábado, 15 de julho de 2006

«Wouldn't you miss me at all?»

A morte é dia de arrumar recordações e passados. Carimbar trajectos com o selo redutor de um sentido sobrepujante. Com crónicas de morte anunciada, a coisa é mais fácil e expedita. Syd Barrett tinha epitáfio escrito há décadas, e os escribas da morgue só esperavam indiferentes que o senhor se dignasse a entregar o corpo à encomenda antecipada. "Génio" e "louco". Ou o "génio louco"? Pequenas efabulações, de fontes ignotas, eram impressas de vez em quando, a forçar a imagética da clausura quotidiana de um alienado, a dar consistência à classificação pré-formatada. Absolutismos e reducionismos para demarcar bem o campo: houve Pink Floyd sem Barrett? Houve Barrett sem Pink Foyd? O entretém dos exegetas da distinção auditiva.
O que me atinge como a maior singularidade de ouvir Barrett ainda hoje, principalmente hoje, é que provavelmente é da música mais despida de cálculo que já nos assaltou. Em tempos em que, provavelmente com justeza, a genuinidade das intenções, o cinismo de um arranjo, são esquadrinhados para dizer da entrega segura dos nossos amparos a uma voz, ouvir Barrett é uma espécie de ablução. Nos momentos mais libertos do que se conceba como produção, soa como se nada fosse pensado para ter um efeito determinado, concebido e antecipado para extrair uma reacção ao auditor. Criação descomprometida do que num cérebro ciranda. Que o cérebro fosse aquele, claro, é o que o salva da confrangedora redundância. Como se uma criança (daquelas inocentes, se ainda há disso) cantasse despudoradamente da fantasia que experiencia em corpo adulto. É isso que o torna tão desequilibrado. É isso que o torna tão desarmante.
Lembro-me de assistir, jovenzito, à conversa de dois would-be melómanos, em que, començando um a entoar o «Astronomy Domine», o outro o interpela escarninho «ainda ouves isso?!». Em vez da defensiva justificação, o trauteador deveria claramente retorquir no tom equiparado «Tu não?!». «Astronomy Domine» é não só uma canção bela até ao espanto, é não só uma canção perfeita em tempos de dissolução formal, é provavelmente a canção-farol que congrega fulgurante e absoluta num só corpo todos idiomas musicais que se acoitaram sob o que em diferentes espaços-tempos se convencionou chamar psicadélico. E se com os Pink Floyd a música de Barrett envergava fulgor formal, não quer dizer que no vagabundo trejeito em que emergem os seus resquícios musicais a solo o universo de candura ensandecida (como é doloroso ouvir o desespero começar a ensombrecer a ideia de um país das maravilhas) fosse outro...
Há uma canção que, sabe-se lá porquê (embora pudesse saber), ora por vez me vem à mente, chamada «The Gnome», pura descrição de fantasia terrestre descomprometida de intenções.
Agora que penso nisso (é obscena a actualização contabilística da memória acorrentada às campas) trauteá-la pode ter sido dos poucos prazeres impolutos que conheci.
E agora vou limpar da face o requintado projéctil salivar que Barrett, felino mais visionário que todos os redutores de real, louco mais sabido que as presunções populares de proto-psiquiatrias, antecipadamente lançou a quem pretendesse fixar-lhe epitáfio:

Deixa-me um irreprimível sorriso nos lábios a ideia de um morto nos levar a melhor.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Mistaken Identity

Eu sei que é uma questão linguisticamente pacífica (a senhora polissemia), mas em rigor sempre discordei do emprego da expressão "life's a bitch". Metáfora por metáfora, a ser alguma coisa essa matéria inapreensível que paradoxalmente nos impregna e contamina até aos ossos descarnados, convenhamos que em bom inglês dir-se-ia mas é "life's a pimp", porque, pela minha parte, nos fluidos movimentos em que procuramos atabalhoadamente sustentá-la no seu esquivo e imperativo vogar, a ser alguma coisa, convenhamos, I can only be her bitch.

Cartão Jovem

Conquanto nunca tendo particularmente beneficiado, quando foi tempo, dos descontos institucionais consignados a essa duvidosa categoria de "jovem", sendo a minha política orçamental de aquisição de livros e cds orientada pelo gosto acantonado à condicionante "o que é que está em promoção?", perturba-me profundamente ter de pagar full price por qualquer consumo cultural ao mirar as tabelas de desconto ao lado no preçário.
Quanto mais não seja (para dissipar a muito sensatamente presumível inveja e ressentimento de ausência de uma inserção privilegiada nas ofertas sociais), parece-me óbvio que o intervalo etário dos beneficiários do Cartão Jovem devia ter actualizadamente como limite superior a idade em que estes quarentões deixarem de fazer música.
A burocracia foi feita para não entender nada...

«Como se tivesse sido ontem, em 1994 novos e duradouros tempos se configuraram no projecto musical dos Sonic Youth. A sua marca sempre fôra clara e visível, e na senda de Glenn Branca outorgaram ao rock um inquisitividade estrutural imediatamente reconhecível, que a expressão exploração sónica espelha na perfeição, fazendo jus à nomenclatura dessa juventude.

O questionar e a expansão dos limites da canção (sim, ainda canção) e dos pilares sonoros do rock, constituíram a sua empresa como pináculo singular, que conseguiram manter frutuosa por largos anos, apesar de as técnicas básicas parecerem estar já delineadas quase desde o início: não se enganem os que se ficam pelos motes do imediato, pois que a busca sónica se aplicou em exercícios, se reconhecíveis em certa metodologia ou estilo, sempre diversos na configuração das estruturas a questionar por dentro – “Sister” já não era “Evol”, como não foram repetições de nada “Daydream Nation”, “Goo” ou “Dirty” (quem ouve esses álbuns como se do mesmo se tratasse, tem o fundamental da questão a monte). Se oscilaram entre a conformação às possibilidades estritas inscritas na estrutura de uma canção, ou se a desmantelaram para dar outras vozes às peças de Lego que as constituíam, os resultados também sempre foram impressivos na sua própria materialização, e não na reiteração de um paradigma (nessa fruição também residindo a permanência da relevância estética).

Mas aqui, a um pouco menos juventude, decide tornar-se adequadamente um pouco menos sónica, a indignar certas gentes somente carentes de assalto à guitarra armada. Na verdade, aquela juventude tornava-se era sónica noutras vias. A experimentação descarna-se, e torna a canção esqueleto. Para quem suspeitasse que por baixo da distorção, reverberação ão ão, tremolos duais de guitarras em contraponto melódico a avaliarem da possível sua fecundação, não havia sobeja matéria estrutural que organizasse a expressão, desenganem-se. Despidas, desornamentadas, cada gesto neste disco se fez cru e preciso no registo do que faz uma canção inconformada (e a inicial “Winner’s Blues”, linha melódica singular de apenas guitarra acústica acompanhada, “mas isto é um disco dos Sonic Youth?!” perguntam, é todo um programa e um teaser no mesmo gesto cultural).

O que antes era ataque armado e corpo esfacelado no pavimento agreste de distorção, virou ameaça velada na elipse da perenidade do atentatório ruído. Nesse registo, “Bull in the Heather” e “Skink” entram directamente para os anais. “Doctor’s Orders”, bela e mais simples canção, deixa igualmente que o espaço da desenvoltura do formato se dissemine num low-fi de rumores inquietantes no breu que parece confirmar a nova compleição da agregação sónica. Quando a tempestade eléctrica desce, perfura a noite transmutada em espaço silente de premonições e não mais de escancarada revolução, como em “Tokyo Eye”. Nem de propósito, o grosso do disco assemelha-se a um desfilar de haikus sonoros, que de mais esparsa matéria conferem maior singularidade ao seu enunciado.

E porque de beleza mais esconsa (para os sónicos acólitos) fala agora esta moçada, é nos recantos que se vai descobrindo o espigão que nos alerta para a sua continuada sabedoria. No final da primeira volta de “Bone”, os espamos de distorção a deixarem quase oculto o facto de a canção estar a terminar (como terminará, sem enganos, na segunda volta) em surpreendente, repousado da provação, acorde maior. Ou na recuperação da cadência imparável de “In the mind of the bourgeouis reader”, a finta rítmica a trocar-nos as voltas.

Mas mais que esses pormenores, mais fundo nas raízes, mais depurado na audição, a sageza da gestão das densidades sonoras ressalta para quem julgasse que para fazer matéria do que lhes fez carreira bastava ligar o amplificador. Este pessoal é pleno senhor dos seus crescendos. Mas é nessa maior depuração (que consegue permanecer sujíssima, não obstante) que as guitarras passam a desafiar-se no novo laconismo da certeira conjugação, na interrogação do inesperado, que o minimalismo disfarçado sugere (nos insidiosos meios tons das escalas e em riffs, por uma vez, subsónicos). O silêncio ganha espaço, o espaço ganha a amplitude, já não da reverberação que o atulha e lhe expande os limites perceptíveis, mas do eco que se não vislumbra senão no retorno do ignoto confinamento do formato: experimental, pois claro. No Star(s). Jet Set e Trash? É preciso soletrar a(s) ironia(s)?

Os Sonic Youth equilibram-se na estreiteza de um desenho a lápis fino e cerrado, para demonstrar a justeza de um percurso mais além dos mapas prescritos, retendo-se, no entanto, na geografia do lugar que pôde ditar o sentido da dilatação do som das estruturas e da apreensão cerebral. Intacta, e mais secreta, se mantém pois a inquietação. Este álbum representava supostamente a nova vida pacificada dos sónicos de meia-idade, pausados em experimentalismo menos exigente nas carnes e na tensão arterial. E de facto, a terminar com canção em solarengos acordes maiores (“mas isto é um disco dos Sonic Youth?!” escandalizam-se), de “Sweet Shine” despudorado no título... ah a doçura da meia-idade. E no entanto, no entanto, essa nova vida só confirma que a sageza dos tempos sempre esteve com eles.

O futuro continuava em frente. A geração era questão de pormenor.

Admiráveis putos.»

sábado, 1 de julho de 2006

Estrangement

Ressinto sempre um hiato de empatia intransponível quando alguém me diz (em geral com a repulsa mal-desfarçada que não tardará a invectivar "desliga essa merda") que certa música "é deprimente".
A música já me fez muitas coisas, parte delas inconfessáveis.
Já me alegrou, já me entreteve, já me confortou, já me assustou, já me inquietou, já me entediou, já me adormeceu, já me excitou, já me exasperou, já me afinou, já me gingou, já me aspergiu, já me irritou, já me ufanou, já me domesticou, já me depauperou, já me arrebitou, já me insulou, já me atrasou, já me cantou, já me indispôs, já me ancorou, já me atardou, já me propulsionou, já me devastou, já me prosseguiu... (hmm, wishful work in progress)
Agora, deprimir-me?... não... não vejo...
A felicidade (ou o mais eficaz construto da adequação imponderada - por vezes diligentemente, passe a produtiva contradição), deve ser um lugar muito estranho.

Tempo de bola, tempo de bloga

É curioso como empestar a blogosfera com posts poderia configurar uma forma simbolicamente perfeita de protesto quanto ao forçado empestamento colectivo que a bola empresta a estes dias, não fôra o caso de ser um protesto absolutamente estéril nos seus efeitos controlados pelos receptores.
É bem triste verdade que as ditaduras são em grande medida uma questão de dispositivo.