Everything, all at once forever
Que alguém, no normal decurso de uma vida criativa aplicada à escrita de canções, se tenha deparado mentalmente com um título assim, capaz de em 5 palavrinhas apenas actuar como fonógrafo de todo o círculo vicioso de vontade, pathos e catarse que é estar vivo, e decidido, como opção óptima para lhe dar consubstanciação musical, da sua repetição hipnótica, com o mínimo de meios dos quais tenha domínio expressivo, ao longo de aproximadamente 20 minutos - à falta de exequibilidade de preencher temporalmente o que quer que dure a eternidade (o locked groove da metafísica) -, é das raríssimas instâncias que me poderia persuadir a dar crédito lógico à aplicabilidade da teoria da escolha racional ao fenómeno estético (ou a qualquer outro, lá por isso).
Everything, all at once forever, portanto; ou a willful delusion de não nos contentarmos com menos, aos bochechos em tempo algum; forma de talvez alcançarmos algo, de quando em vez enquanto puder ser.