sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Let's hear it for a tasteful beheaded demi moore

Dizia-me o camarada do outro lado da mesa que só lhe faltava um disco dos Tindersticks, "o da mama". Reparei: mama não; o desnudo torso secreto de mulher grávida (e, logo, como obliterar a promessa reclinada na prega da pélvis?), a fazer mais pela vida sexual das fêmeas prenhas do mundo do que hordas de sexólogos de bigodes eriçados (já repararam?) a desiludir os varões seguros de que a sua metonimização métrica só pode trespassar tudo o que se lhes intrometa à frente, ou de que uma grávida seja redutível extemporaneamente a uma condição de periclitante parturiente sempre prestes a expelir (foram, aliás, todas estas as minhas palavras exactas no exacto momento).
No entanto, reducionismo por reducionismo, entre o fetiche das grávidas (cf. Patrick em Coupling - não sou eu que penso nestas coisas, se faz favor (só as fixo)), e o automatismo libido-mental ilustrado pelo meu co-assentado de truncar aquela imagem de sensualidade chiaroscura exclusivamente ao 1/4 superior que oferece a mama, parece que, para alívio e prevenção das moçoilas folgazonas hesitantes em se devotarem à curtição da maternidade, se pode avançar não só com a hipótese (em trejeito darwinista mas com o toque de reflexividade para acautelar a deriva chapada, essa sim lesiva (oh theology, schmeology), para a acefalia do sociologismo etológico) de que o macho (heterossexual?) will always find a way, mas também que o melhor mesmo é ficar fora do caminho desses twisted freaks.
Bom, considerando que isto acabou por deslizar (sou tão sugestionável) para uma imprevista (juro) evocação darwiniana (cuja casualidade combinou tão bem com a perspectivação plástica da sua causalidade), e como é bem sabido que não foi dos menores legados do velho Charles ter inspirado um excelente disco dos Banco del Mutuo Soccorso, deixo-vos com um espectro de nostalgia invocado por esta cançoneta tão batida que todos nós tanto entoámos em coro angelical nos recreios da nossa infância enquanto imprimíamos para as gerações futuras um decalque fóssil das vestigial tails dos nossos cóccixs sentando-nos na cabeça de coleguinhas caixa-d'óculos.