Estou constipado
Não é a saudade, é a ausência; não é a borbulha, é a crisálida da pústula; não é o silêncio, é a linha que cerze os lábios; não é o fígado arredio, é esfumar-se a miragem do éter; não é o horário, é o que se esqueceu sem tempo de voltar atrás; não é o que conta na privação do ar, é o olvido e a apatia nas melodias que restam; não é o adeus, é o olá ser indiferente; não é a asma, é o sufoco na erva de São Domingo; não é o mainstream, é a vacuidade; não é a vertigem, é sequestrar a horizontalidade derradeira do repouso; não é a dependência química, é a dependência do fornecedor; não é a restrição, é a maleabilidade da incerteza do jugo; não é a extra-sístole, é partir comprimidos nas tardes de domingo; não é a sentença, é o calendário em branco e sem escolha de garrote; não é a menopausa, é a terapia de substituição; não é a carência, é a insuficiência; não é o fim irredimível, é a capitulação ao espectro.