Danos colaterais
Este novo blogger associado ao google tem umas conversas mansas de que há uns privilegiados a quem "concede" especialmente o favor de os deixar mudar para a nova e melhorada versão do dito cujo, mas o que me apareceu anteontem à entrada do login foi algo mais do género, "já só voltas a entrar se mudares para o novo blogger". Pelo que me parece ter visto de experiências outras, a coisa podia ter sido bem pior. Ainda assim, mesmo sendo credor de porra nenhuma neste reino da borla, também não sou devedor de "privilégio" algum. Portanto: o novo blogger, operando a partir da obrigatoriedade de uma conta google, em geral associada à selecta palerma de um gmail, cheira-me funcionar desde logo nesse cruzamento de valências e dados como um panópticozinho de merda (fico já à espera de um acalentado shutdown). Tendo necessariamente feito a mudança, ainda que com apoio moral e experiencial a vazar a tentação da termination, constato danos. Há caracteres destrambelhados na barra de links. Dou-me também conta que as caixas de comentários anularam algumas identificações. Tento alterar o template e acabo por apagar o antigo, sendo que o novo não é tão directamente manejável, anulando possibilidades de arranjo pessoal. Retrabalho a barra de links e a coisa resolve-se minimamente. As caixas de comentários não se movem aos meus esforços. Sendo, simbolicamente e não só, constitutivo o que nelas se passou para o exercício desta empresa blogueira (a minha), o dano é um desconsolo e uma machadada pública (pá...). Aparentemente, quedaram-se os danos pelas mais recentes, mas deu para invocar uma noção periclitante do que vamos agregando em suportes contingentes à porção simbólica do nosso património pessoal. Conquanto a retenção de um sentido de presença vivida no escoar implacável do tempo se atenha a essa esquiva materialidade dos gestos e sua interpenetração, será caso para atentar, preventiva e mais genericamente, como os danos colaterais podem mesmo levar tudo.
6 comentários:
pois que ainda não sofri essa intimação. mas já tentei mudar e o blogger não deixou porque tenho um arquivo grande, desde o ano de 2003. mas agora fiquei com medo.
Ironias do blogger... Eu já me andava a esquivar dos cada vez menos subtis avisos para mudar há tempos. Pelo que vejo, acho que tinha razão. Ainda que os únicos danos irreversíveis ao património tenham sido nas caixas de comentários, não vejo ganhos de monta na mudança. Têm um template mais fácil de gerir, com pré-definição de funções com botõezinhos e tal, particularmente no que respeita a construir a barra de links, mas para quem já trabalhava com ela directamente no código html não adianta propriamente nada, excepto a quem estiver a começar ou não trabalhe com ela. Pelo contrário, o código html deixa de estar disponível na sua inteireza, já que parte da gestão das suas funções passa a estar pré-definida com botõezinhos e tal em vez de ter que se chafurdar no código, pelo que as possibilidades de mexer no mesmo, para lá do que está pré-definido, ficam mais limitadas (pelo pouco que eu percebo, pelo menos) - acho que existe a possibilidade de manter o código original, mas logo que se tente fazer o upgrade do template (como eu fiz a ver se as caixas de comentários normalizavam), o código original desaparece de vez (é aliás necessário voltar a introduzir todos os códigos de sitemeters and such).
A única manigância propriamente nova são as ditas labels, que até (mais ironia...) podem dar jeito de arrumação a quem tem já um património considerável de posts acumulados, mas também são algo redutoras, podendo perverter na dinâmica diacrónica a lógica meta-narrativa de construção do discurso blogueira na sequência histórica (e não temática) dos posts. E embora, facto oblige, já me tenha entretido com essa valência meio pífia (e esteja na dúvida de a manter), pela minha parte, realmente, dispensava o "privilégio" (e as falinhas mansas mal contadas)...
pelo sim pelo não, vou guardar o código do meu template no notepad.
Também guardei o meu, mas depois de se fazer o upgrade do template, a nova formatação do template não permite voltar a copiá-lo na integral, porque aquilo que permanece vísivel do código é apenas uma fracção do código integral, parte de cujas funções passam a estar pré-formatadas nas opções do template do que diz respeito à barra de links e assim. Portanto, pelo que percebo, acho que se pode ficar com o código de origem, e creio que assim não dá para utilizar as porcariazinhas tipo labels, ou se se faz o upgrade, perde-se o código original e parte das possibilidades de o manipular directamente. Mas posso (muito provavelmente, devo) estar errado...
já transferi o meu. o template fica como está. a única coisa que chateia é que não posso controlar onde se metem as labels porque essa tag não existe, pelo que percebo é adicionada ao corpo do post pelo próprio Blogger. posso estar enganado. por agora não uso labels porque não gosto como fica. isto é triste porque a minha primeira label era para ser "ursinho com cowbell".
Ainda bem que a coisa correu bem. A história das "tags"(?) deixa-me meio perdido, mas se bem percebo, creio que essa possibilidade só surge quando (ou se) se faz o famigerado upgrade do template. Contudo, mesmo por aí, pelo que eu percebo, não adianta grande coisa, porque as possibilidades de pôr as labels noutro sítio, ou formatá-las de forma diferente são ínfimas. Também não gosto da forma como aquilo fica, e estava com a fisgada de classificar os posts sem ficarem com a label à vista, e fazer-lhes uma ligação por labels apenas na barra de links: nada feito, a maioria desses links para as labels não funciona, e mais que isso, empregues as labels, mesmo que no layout não seleccionemos essa opção, ela aparece tal como está, e só dá para mexê-la na vertical (ficar junto à linha dos comentários sempre encostada à esquerda, abaixo da linha, acima, and so on, and so forth). Por isso tirei a maior parte das porcarias nos rodapés dos posts, para não ficar tão atravancado, já que não estou para me dar ao trabalho de apagar todas as labels. Mesmo que não tenha empregue categorias subversivas das enfadonhas proto-funcionalidades do formato, como «ursinho com cowbell», sem dúvida.
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