Me titila, vai
Apercebo-me que o som de meleca que faz a colher ao entrar numa salada russa gosmenta da densidade maionésica e rigidez frigorificada me soa altamente obsceno. Não me excita, porém.
O meu corpo é um templo impoluto (não por opção libidinal, mas isso é variável a mais para o viés comportamental das instituições, o mais é transcendental - estafilococos não considerados), mas sempre me consolou a ideia de que o meu cérebro poderia ser alugado como salão imaginário para selecta de actividades desviantes for consenting adults de uma Marquise de Merteuil menos dada ao xadrez mental da perversão do que às modalidades lúbricas da sua materialização. Inquieta-me agora pensar que o pousio imponderado da carne possa criar uma adaptação evolucionista de conformação da mente.
Com horror antecipo afinal resposta ao dilema que tínhamos por insolúvel: «does the body rule the mind, or does the mind rule the body?».
2 comentários:
"adaptação evolucionista de conformação da mente" e "meu corpo é um templo impoluto", ora aí estão duas coisas que são uma luta minha constante.
contra, obviamente.
mas o som...estou a imaginá-lo.
sim, tem qualquer coisa de obsceno.
afinal não é só a Merteuil que tem a perversão na cabeça, meu caro.
the mind rule the body?
chinese disagree.
do they? mas então concordariam comigo (for argument's sake), já que a coisa ia mais no sentido de the body rules the mind. E biliões estarem de acordo comigo (esta inversão egocêntrica é gira) só pode ser mau sinal...
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