terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Melhor contracapa até outras pessoas começarem a valorizar contracapas com algo mais que marketing genérico?

(mesmo que o raccord interfílmico não fosse dos meus exercícios críticos ou cinéfilos favoritos (o que o não desdignifica lá por as minhas razões para o favorecer poderem continuar a estar na sequência das que me fazem eleger preferencialmente livros com bonecos), a thoughtfulness que plantou este raccord triplo compósito 2-em-1 (que é um mimo, por muito que todos os would-be cinéfilos à minha imagem mas sem a minha cúpula de impunidade auto-depreciativa (amadores...) queiram protestar que seja "óbvio" - eu cá confesso inane que não me tinha lembrado da colagem com o Christine que faz tanto sentido que é quase pornográfico) na contracapa do catálogo do ciclo da Cinemateca dedicado ao Carpenter (ironicamente, com um título e uma capa não tão louváveis, mas novamente redimidas pela excelente valorização icónica das badanas - vide os meus guardiões de templo aqui ao lado, go on, make a move) só pode afiançar ilustradamente (para quem, como eu, precisa mesmo que façam o desenho) que este volume merece toda a confiança (e em particular a retribui ao exemplificar o Carpenter como barómetro por excelência, na amostragem da coabitação do consenso crítico contemporâneo do homem como autor com a dissensão ampla relativamente ao mérito dos filmes concretos afora os dois ou três pivotais, das possibilidades e limites da política de autores, como dimensão cinéfila analítica específica - possibilidades e limites que para a minha obtusidade sempre funcionaram principalmente como nominalização pedagógica de cautionary tales para presumir que se não gosto de algo presumivelmente gostável (pela crítica que não alcanço) a culpa deve ser provavelmente minha, posição de cinefilia pusilânime atracada algures entre a incompetência hermenêutica e uma correlata e sobrepujante política de afectos (e eu sei que é herético, ou letal se o homem ainda estivesse nas redondezas, passar da cinefilia aos wet dreams com o Ford, mas pecaminizar o insconsciente, para mais com palas e whisky ao barulho, é absolutismo moral insubscritível)), razão pela qual, provavelmente, cometi a imprudência inusitada de o papar num fim-de-semana, excesso que, por ter sucedido uma vez em mais de uma década, garanto não tornará a suceder: o vosso escárnio e correlata auto-confiança literatos continuam seguros comigo (que giro, tornei-me na miúda do liceu que mostrava as prebendas para que os miúdos gostassem dela, apesar de (precisamente por) não ter nada para emoldurar - oh poetic comeback, you're a spiteful cunt))