terça-feira, 31 de julho de 2007

Rerun

Já Antonioni é um homem de sorte: ainda que lhe colem o hínico epitáfio de «figura de relevo no panorama cinematográfico», não chega a ter direito aos dois centavos de conversinha elegíaca de café no Jornal 2 (dois em dois dias era mesmo abuso, não é?... não têm senso nenhum, estas figuras de relevo, a finarem-se aos magotes). Em compensação, na peça jornalística que lhe arruma as gavetas, a particularmente enfatizada descrição inicial de Blow-Up (até à pausa de compasso do discurso para passar à «cena de ténis»), é apropriadamente acompanhada das imagens da explosão final de... Zabriskie Point ("blow-up", get it? ah ah - e esta é a hipótese abonatória). Deve ser o que jornalisticamente se entende por liberdade criativa em registo literal. Deve ser pela mesma razão que tenho andado aqui estes dias a imaginar a eclosiva mansarda sita num sítio que eu cá sei na 5 de Outubro.