sexta-feira, 23 de março de 2007

Grandes portugueses

Agora me dou conta que, gorada, há tempos, por frivolidades burocráticas, a tentativa, por motivação científica(?), de exumar o Camões (era o Camões? não, acho que era o Sebastião), se desnudou o precedente que fere de irresolução especulativa qualquer dissertação sobre quem tenha sido o maior português. Sem dados histórico-documentais fiáveis para a comparação definitiva da qualidade maior de distinção do carácter luso, via mangalhometria, como é que querem sustentar uma decisão sem ir directo à fonte? A eterealização da fiabilidade peniana sublimada na especulação dos seus sub-produtos personalísticos e respectivos "feitos" (porque os homens são função do pénis que têm - a ponto de, logicamente, tomar as mulheres por função do que não têm) é um cumprimento lúdico da herança iluminista, tudo bem, mas os mesmos pergaminhos filosóficos exigem, para o voto, dados incontestáveis ao milímetro. Poderíamos, é certo, pretender acalentar dar dignidade científica ao procedimento tecnicista, e averiguar das proporcionalidades comparadas da bacamartometria e da grandeza dos feitos, tanto maior quanto se erija resoluta em contra-corrente e ângulo maior à menoridade da erecção. Contudo, a especulativa valorização dos "feitos", da mais diversa índole, a partir dos mais diversos critérios (ó aquele foi melhor fascista que o outro foi lírico) colide irremediavelmente com a exactidão da medida do homem. Parece-me uma inquirição irremediavelmente lesada por um péssimo plano de pesquisa...
Para quem estranhe a exclusão biologista do critério operativo, ele obviamente serve o genital que escreve a história, nossos pacíficos tristes tópicos espraiados alegremente com pompa no ecran, servidos por gloriosos intelectuais e personalidades de mão no bolso.
Disclaimers dirijam-se ao serviço público.
Naturalmente.

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