terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Teutonic sugar plum daddies

Lendas low-profile (mas lendas) do krautrock, e (o meu obrigado à organização, não obstante) algo que não contaria ver in our lifetime (they're old...), os Cluster passaram há umas semanas pelo, eu acho (não obstante a bizarra funcionalidade vai-a-todas do pedaço), decrépito mas com porte de instituição São Jorge, num evento (Número Projecta - don't ask) tão super-out-there quão correlativamente sub-sub-publicitado, a emanar as suas nuvens de algodão doce crispado (na intersecção de fim de carreira entre as primícias dos augúrios de tempestades estáticas e a sagração heterodoxa da pop sem pop sintetizada em ponto de caramelo). Isto para audiência de talvez duas dúzias de marmelos mal pintalgados na volumetria daquela velha glória dos cinemas históricos. Isto a meio de uma allnighter com mais 4 performances de electrónica, vanguarda sonora(?) e VJing (I told you, and I meant it: don't ask). Isto levando a que ao fim de uma hora de sugestão hipnótica, negociando visivelmente entre si o fim necessário da sessão terapêutica, a dessem quase imperceptivelmente por finda e, na face de uns aplausos mais salientes recém-despertos com a percepção de que o silêncio não era só mais um estádio na dinâmica da evanescência, se desculpassem com o facto que tinham que terminar porque havia mais convivas a seguir para entrar em palco.
Pronto, foi mais uma relação do cosmopolitismo de recurso na cidade de Lisboa. Vemo-nos no próximo misplacing de um must-see, combinado?

(lamento informar, mas a performance sónica do Rafael Toral até não foi mal esgalhada de todo. não digam a ninguém que eu disse...)