TV hooks
Apanhei uma série que desconhecia na televisão, aparentemente sobre uma equipa de profilers ou assim do FBI ou assim. Dois momentos cativaram a minha atenção.
Primeiro, o jovem wizz da equipa vai enunciando os autores das citações que dois membros seniores trocam entre si em duelo aforístico: identifica a primeira «Beckett», identifica a segunda «Yoda». Sintomático, mas delicioso.
Segundo, na cena final (inconclusa, como é de cartilha), vemos um plano preenchido a meio pela face do agente de meia-idade meio perturbado (personagem-tipo, claro, apelativo nonetheless - sou muito pavloviano) a sair da loja de uma bomba de gasolina de estrada, cenário semi-ominoso de América rural (aquele eco vago de Texas Chainsaw Massacre ou, enfim, Psycho), a dirigir-se para o automóvel, e no lado direito da imagem vê-se avançar por trás do agente o adolescente vagamente suspeito (naquele cenário) que o tinha atendido, engatilhando uma carabina (do que o agente se apercebe no último segundo pelo reflexo no automóvel, corte de plano final), e ao mesmo passo visual (that's the point) o infernal «Rock Music» dos Pixies começa a ouvir-se em crescendo.
Estou preocupado: a menos que a série consiga ser devidamente miserável, estes pormenores epidérmicos costumam ser desculpa suficiente para the beginning of a beautiful dependency.
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