O último reduto do estímulo estético
Andam por aí uns moçoilos de quem se vai dizendo basto bem (e já quase basta serem islandeses para tal), que são os Sigur Rós. Levado na onda, adquiri já em promoção (costuma ser bom sinal) o seu último álbum, «Takk...», dizem que mais aparentado à presumível obra-prima (salvo seja) dos rapazes. Ora, a muito quente (para não correr risco de afrontar possíveis fãs e salvar face para o caso sempre demasiado provável de vir a dedicar-lhe loas daqui a uns anos), só se me oferece bradar que este é dos discos mais nulos, vácuos e (requisito fundamental) visceralmente irritantes que ouvi em muito tempo. Eterealidades inanes, crescendos de eficiência onanista tal como definida pelo César das Neves e a voz que mais apetece esganiçar desde que o insuportável e histriónico careca presunçoso das super-abóboras ou coisa que o valha saiu de primeira cena.
Tal maledicência, contudo, não é auto-justificada (não é que continuais a presumir de mim o pior, pá?...). Na verdade, o que os moços me ilustraram foi serem exemplar que sugere uma categoria de música insuportável que se distingue da quantidade industrial de lixo execrável que todos os dias atulha os escaparates, e que impele a conceder-lhes alguma forma de reconhecimento: é que esta gente ao menos esforça-se para dar gosto aturado e motivação à implicância. Não estou para pensar em quais os fundamentos desse mérito, mas é certamente um certo grau de achievement que faz bem a diferença, extrairem de nós um juízo que ore repimpado "mas que bela merda!".
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