sexta-feira, 10 de março de 2006

Sucking-up: das felicitações blogantes, estratificações e infelizes metáforas

Os parabéns anódinos que pulululam (como um lu de acrescento, sim), à lembrança de cada blogão dos seus aniversários, que acabam por funcionar qual estímulo pavloviano a deixar averiguar da fidelidade das linkadas e leituras que erguem a torre da sua visibilidade, são um mecanismo institucional da esfera, a merecer lei abrupta, de sedimentação e validação das redes de sociabilidade (alargada) blogais. Contudo, mesmo aos implicantes, quando a malta gosta, eh pá, mas gosta, de um blog (já se sabe, os constrangimentos constitutivos), mesmo (ou principalmente) para quem não se insere em redes de sociabilidade nenhuma, lá nos cutuca a ocasião a penalizar o silêncio no estímulo ao clamor. Mas nesse caso, fellatio por fellatio, faça-se a coisa com devida retracção maxilar para a bucal textura de veludo esconjurar o automatismo bruto, ressentido no tamanco da dentuça a questionar o prazer da menção: assim, os parabéns, quando vão, que sigam com devida amostra do que nos acomete a cumprir função.
Parabéns pois (com devida heterodoxia de as datas não interessarem nada - no acerto ou desacerto - quando o fundamento é a persistente titilação de um post que nos mereça esse gesto consequente com ilustração adequadamente encimada) aos cavalheiros que se seguem (wether they like or not) assim escrevendo:

« De resto aborrece-me que algumas pessoas que ainda são de esquerda nunca tenham andado fardadas. Para que servem as ideologias se elas não chegam aos trapos? »

« Depois de desfulanizado, o desgosto de amor sabe bem. É preciso dizer isto sem recear de que nos tomem por masoquistas. »

E para inquirição futura dos efeitos combinados das configurações estelares, vem ó Maia teu esclarecimento sobre nós derramar, efectivamente, que raio de coincidência é que agrega as festividades destes blogs, mais o já louvado 1bsk ((your) ignorance is (my) bliss), dos poucos senhores de primeira água (estranha expressão) desta espelunca virtual (espelunqueiro se confessa), na mesmíssima época? Após a ínclita geração, ficou o lago preenchido (não cheio)? Pena que se careça molhar a pata para que um ser se aperceba... «too late to smother out the tell-tale footprints / which mark your passage through the greying snow».

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