segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Viver nas Caves da Catedral Colapsada


Onde escutar os ruídos rarefeitos das ruínas
até ao fim dos dias

4 comentários:

Anónimo disse...

E ser-se!

Bruno Sena Martins disse...

A questão é que as ruínas literais que normalmente associamos às edificações humanas habitacionais ou de protecção (casas e castelos) não só põem conspícua uma desgraça que, por tanto, não carece de ser explicada nos seus termos, de tão auto-evidente e traduzível, como promovem uma comunalidade na desgraça, que será tão mais ampla quanto maior for a escala da destruição. A ruína fatalmente individual, fenomenológica, cifrada no corpo e dificilmente redutível à linguagem em que nos comunicamos, tem alguns matizes de acrescida perversidade existencial. Pode ser que as metáforas dos chineses... Diz que sim.

Anónimo disse...

Pk?, curioso e instigante esse voluntarismo existencial que recorrente expressas. Nada contra, obviamente, porque fora ele tudo é nada (tendo o nada, claro, também algo que se lhe diga, mas...). Mas dentro desse resoluto ou remanescente ser-se, interessam-me as condições em que se pode exercer esse magistério da existência. E isso tem muito que se lhe digo. E é preciso, logo à partida, ser-se de certo jeito, para o poder expressar em certos termos. O ser e a linguagem, ditos noutras configurações.

Anónimo disse...

Ah Bruno, dir-te-ei que talvez, só porque empregaste a melhor (provavelmente a única) forma de cativar. Mesmo que dissesse não, já teria valido a pena (the unending gift).