sábado, 29 de outubro de 2005

É Obra! (a bit more private, a bit less joke, or maybe not, I’m a dumbass)

Não acredito muito em reciprocidade. Ao contrário do velho Mauss, acho que estraga a dádiva. Por isso, esclareça-se que este post (fora este preâmbulo e parte do posfácio), inspirado no post que me fez ancorar na Terra Habitada, estava pensado antes de o seu Senhor me ter retribuído generosamente a grata adjectivação de túmido (claro que mesmo que não estivesse pensado o post a priori, não era reciprocidade fazê-lo agora, porque só meia dúzia de túmidos – não é força de expressão - aqui espreitam, e reciprocidade por reciprocidade, porra, ao menos que não fosse falsa porque inconsequente).
(fecha preâmbulo eeeeee Cena!):


Olhem que é obra, mandarem-nos à merda e fazerem-nos gostar:

«O Agrafo sabe que as suas aparições são sempre motivo de algum pânico. Justificado: o Agrafo só costuma dignar-se a conviver com as multidões quando assume como sua a missão de lhes apontar impiedosamente a inefável estultícia que sempre as caracteriza. Mas o Agrafo, na solidão lendária a que se remeteu por horror aos néscios, não ocupa o seu tempo exclusivamente com a anotação meticulosa da merda que permanentemente fazeis para um dia mais tarde vo-la esfregar no focinho. Não. O Agrafo também se dedica, entre outros porventura inconfessáveis, aos prazeres tão humanos da navegação electrónica. E hoje, excepcionalmente, o Agrafo deseja partilhar convosco algumas coisas belas e/ou engraçadas e/ou giras que foi descobrindo nos últimos tempos e que, julga o Agrafo sem grande convicção, talvez possam fazer algo pelo preenchimento dos vossos espíritos inanes. »

Posfácio: sim, é verdade, no meu caso é até bastante fácil mandarem-me à merda e fazerem-me gostar (os meliantes que me bifaram 3 euros de trocos na passada quarta-feira sob ameaça de cotonetes sem o algodão conseguiram com a maior das facilidades que eu lhes retorquisse com um sincero agradecimento à imprecação «só tens isto?! Vai à merda!»). Mas creio que leitores mais insuspeitos retirarão a mesma conclusão que eu da leitura daquele fragmento. Se não, tomam-se demasiado a sério, patologia de consequências gravosas para a humanidade.

Segundo posfácio(?!): há dádivas para as quais não há reciprocidade. Nunca poderia pagar a subtil sugestão do Senhor da Terra Habitada: segunda-feira vou já fazer uma visita ao meu alfaite. O meu monitor nunca mais me reflectirá da mesma maneira...

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