O Ser e a Linguagem
Não poder comer, não poder dançar, não poder beber, não poder cantar, não poder foder, não poder amar...
Despojado de verbos, não se pode ser.
(I'd do it all over again but I'd rather not)
Não poder comer, não poder dançar, não poder beber, não poder cantar, não poder foder, não poder amar...
Despojado de verbos, não se pode ser.
Etiquetas: barbaridades avulsas
5 comentários:
E ainda assim...sendo!
Assinei o post anterior...coisas da net. Bj
That is the question.
O que é o ser remanescente do esvair dos verbos do seu fazer?
Um substantivo despido de se poder?
Ou O verbo que se arroga resistente à súbita consciência dos nomes desfolhados da sua constituição, ou da consciência dita dos nomes que nunca tivemos? E se for reiterado, solitário verbo, o que resta, que substância toma, e que termo se atribui?
(senhores, que pepineira espúria.
Bem avisava o engenheiro sobre constipações e metafísica...)
A ausência de verbos enterniza o ser. Para alguns, mata-o!
E a isso se chama economia retórica.
Devia aprendê-la um destes dias: poupava tempo, caracteres, e uma irritante e vácua tendência verborreica (o que, para a tese em questão, implica que o emprego verbal de mais verbos não implica mais ser, só talvez o emprego factual o faça) - lá está ela outra vez!
Parece que não aprendo com os bons exemplos que aqui fazem o favor de esplanar a sua graça...
Curiosamente, lembra-me agora que essa dualidade, entre eternizar e matar o ser, é em larga medida a que expõe um fragmento que teve a bondade de deixar em comentário anterior: «ser eternamente temporal». Essa a unidade que nos escapa no constrangimento temporal da linguagem, e que só através dela podemos formular como aspiração poética. Esse humano revolvido no que demais os seus limites conseguem aspirar sem alcançar. O que não nos cinde, mas nos torna uma unidade contraditoriamente viciosa. E viciante. Talvez seja esse o motor para o último reduto de ser, que seja pensá-lo. O que para boa gente, pode ser uma estucha indevida. Por isso, procuremos os verbos da nossa condição, que fundamentações ontológicas são mesmo para metafísicas constipadas: no limite que descubram que não-ser verbal é forma de ser já que só não sendo se ascende à consciência dessa forma de ser-sem-ser, substantivo sem verbo (pronto confesso, não é constipação é mesmo bronquite... se bem que por este andar já deve estar na pneumonia)
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