domingo, 9 de outubro de 2005

Retrato (em Branco e Preto)

Numa véspera de fim de ano foi subitamente ressentida, honestamente, pela primeira vez, a antecipação da morte, inaugurando padecimentos duradouros dos quais toda a celebração, por eles não interrupta, foi iniciática.
Alguns amigos na altura presentes recordaram-no como um bom momento de humor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Aqui percebe-se o significado de seguir ao som de conversas inacabadas. Seja esse um dos caminhos, com o que quer que lá encontremos. Temos a certeza que não serão só alegrias, mas também que estamos cá para aguentar, com a certeza de que as conversas não devem ficar a meio para sempre.

Anónimo disse...

As palavras são criaturinhas volúveis e nós incapazes de as controlar. Há metáforas, há expressões, há descalabros que só merecem o tempo da sua expressão. Não fixemos demasiado o tempo do nosso verbo. Não sei se as conversas não devem ficar a meio para sempre. Sei que não podem ficar a meio para sempre, mesmos que os seus fins sejam incompletos. Felizmente incompletos. As conversas inacabadas não são para rematar. São para entretecer no lastro da memória as futuras figuras de mais falares. Fiquemos pois para ver, do que cai, do que retorna, do que surge e se renova, de que conversas se fará o tempo.