Indignação condicional (2)
A Cinemateca ignorou olimpicamente a minha sugestão fílmica para o ciclo «Vozes do Outro Mundo». Francamente, se esta bodega não serve como instrumento de pressão social eficaz em esfera nenhuma, que raio ando eu aqui a fazer? Não me pus a escrever blogs para o mundo permanecer o mesmo! Não, desculpem, como, mas como é que o Cavaco é eleito depois do que escrevi sobre ele. É que não se percebe!...
OK, divago.
Eu queria evitar o desastre de tomar a acção em mão, mas devo partir para formas de transformação social mais directas: para o caso em questão (e temei portugueses, quando tiver pachorra para pôr o resto do país na ordem), anuncio daqui um boicote à Cinemateca (e isto é só o início). O boicote começou exactamente ontem à meia-noite, e durará todo o tempo, sempiternamente, em que eu não esteja a ir à Cinemateca. Como não dá para ir hoje ver o chocho do Cary Grant à Ingrid Bergman, quando muito suspender-se-á temporariamente (temporariamente, hã, é sempre só até ao próximo filme, hã) quando tiver que ir ver o grande John Wayne caçar a gloriosa Maureen O'Hara, e ser caçado por ela, onde, como nas grandes histórias de amor de que esta, como as outras, no seu momento é sempre a única (por isso sou solteiro, consta), morais e dramas e angsts pessoais são enunciados apenas para serem mandados alegremente às urtigas entre uma pint e um pêro nos queixos à sacana em descarado desacordo com as assisadas normas do marquês de Queensbury para fazer a folha a quem nos inflama os maus fígados de forma civilizada ora pois. É a vida rapaziada...
Entretanto, comeide (cf. Amarcord) com mais uma fotografia do Eric Portman, qué por causa das coisas (julgavam que eu me ficava, não? A vingança é terrível, gniah ah ah).
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