Tecnofilia (actualizado)
Mais um dia e mais uma vitória da pragmática empirista até a máquina de zeros e uns dar o berro: já descobri a pólvora de pôr a grafonola num post. Claro que não adianta de nada, porque nem sequer consigo voltar a entrar no servidor, pelo que será Shostakovich forever.
Mas as filias são o que são, pelo que compulsivamente deitei mão a outra opção que me havia sido sinalizada e daí anexei a alguns posts nos arquivos do olvido uns auxiliares auditivos, concebendo que daí o meu arrumar desgovernado de palavras resulte mais legível, ou mais risível (I'll go with the second).
Aos jovens vorazes do passado caquético a quem possa interessar o esgravatar arqueológico, os posts audivelmente recauchutados do momento são: sobre o Syd Barrett, o Arthur Lee, e mais umas associações mais ou menos a despropósito.
(e está visto que nem no meio dos bits a necrofilia podia faltar...)
Adenda em jeito de cruzar o Rubicão: mais um dia e (vá, digam comigo) mais uma vitória. Desta feita, conseguindo retornar ao servidor para uploadar(?!) música para o blog, a razão prática teve depois que batalhar com a escusa da própria razão informática (contida nos avisos do Blogger) em aceitar os ditames da minha intrépida empresa (e a Sara, com a rara gentileza, que tanto me agracia, de quem não pede dízimo e dá conselho mesmo aos tolos que se escusam ao pedido, vejo agora que confirma que o meu ímpeto rebelde contra o Blogger era mesmo a solução para pôr o ficheiro de som num post* - e só não cometo a pretensa gentileza de dizer que o descobri pelo exclusivo da sua palavra porque, 1. almas gentis não carecem de elogios fabricados, que apenas maculam por entre os claramente tão devidos, razão pela qual não poderia deixar de os mencionar 2. sou mais orgulhoso que galanteador (o orgulho pode permanecer, o galanteio fenece à vista da minha fuça), 3. o meu irmão jogava no 48 K o School Daze onde o bufo de serviço começava as frases delatoras com "Sir, I cannot tell a lie" e apanhei a mania psicótica, pelo menos hoje, 4. e em boa verdade foi a minha verve autonomista que me valeu um oh se lisonjeiro "That's my man!" - pelo que não terei que cobiçar em frustração uma maquia dos seus 15 MB. Não me escusarei contudo às mais que devidas muchas muchas gracias pelo gesto. É claro que podia ter estado simplesmente calado, mas com clamorosa visibilidade se denota que a minha compulsão verbal não deixa e o elogio da prestabilidade não tornaria razoável).
Portanto, contra toda a razoabilidade de "quem não sabe não faz", finalmente consegui pôr, justificadamente em jeito de glória, para (estou certo) o gáudio incontido de todos nós, em ficheiro de som a música Primeiro de Maio a acompanhar o post que havia (à data) uh postado sobre a notabilíssima canção do Chico e do Milton, a trespassar a formatação ideológica: escrevi na altura qualquer coisa sobre suspensão lânguida e quase ominosa. Ainda creio ser bem isso, mas faltava-me a materialização metafórica exacta daquela atmosfera quase líquida. Bastava-me ter prestado mais atenção ao delírio da última estrofe: a atmosfera da canção é de suspensão uterina, é o que é.
Oiçam, é o meu o conselho (e dou muito poucos - mentira).
Ora bardamerda, como só duas pessoas é que se deram ao trabalho de ler isto, comem mas é todos (os três, portanto) com a canção: viva o autostart (por um dia) e viva a minha pequena ditadura voluntária e consequentemente prestes a ficar exangue.
* e já agora acrescentemos à solução que, pelo menos na minha pragmática, precisei de seleccionar o código html (que saquei vendo o seu post em view html no Microsoft Frontpage)que põe o ficheiro de som no post e tirar-lhe a formatação com o botãozinho em forma de borracha na barra de funções da escrita de posts.